Durante o IPW 2023, um evento importante para a indústria do turismo nos Estados Unidos, Chris Thompson, CEO do Brand USA, órgão de promoção turística do governo americano, anunciou uma iniciativa para reduzir significativamente o tempo de espera para a emissão de vistos de turismo (B1/B2). Atualmente, o processo pode levar quase dois anos, o que tem sido considerado inaceitável. Essa demora afeta não apenas o Brasil, mas também outros países, como México e Canadá.
A expectativa é que, até o final deste ano, o tempo máximo de espera para a emissão do visto de turismo seja reduzido para 30 dias. Desde a retomada dos atendimentos ao público brasileiro em novembro de 2021, o número de solicitações de primeiro visto tem aumentado constantemente. Em São Paulo, por exemplo, a fila de espera atingiu um novo recorde, chegando a 610 dias para agendar uma entrevista. Essa situação não se limita apenas à capital paulista, mas também ocorre em outras cidades onde os viajantes brasileiros podem solicitar o visto, como Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Devido a esse longo tempo de espera, o Brasil subiu para a sétima posição entre os países que mais sofrem com a demora na emissão do visto norte-americano, ficando atrás de nações como Colômbia, Haiti, México, Nepal, Canadá e Emirados Árabes. Embora não haja um número exato de pessoas aguardando atendimento, estima-se que seja superior à capacidade diária de seis mil pedidos.
Em março, foi registrado um volume histórico de emissões de vistos de negócios e turismo para brasileiros, totalizando 101 mil vistos, o que representa 95% de todas as emissões no Brasil. Esse número é um aumento de 41% em relação a fevereiro e supera a média mensal de 49 mil a 75 mil vistos. Felipe Alexandre, advogado de imigração e sócio-fundador da AG Immigration, afirma que essa demora para obter autorização de entrada nos EUA é um desafio para a Embaixada e prejudica o intercâmbio turístico entre os dois países. Ele destaca que a Flórida é particularmente afetada, uma vez que o Brasil é um dos três principais países emissor de turistas para lá.
Vale ressaltar que, desde maio, o preço para obtenção do visto para os EUA aumentou. Segundo um relatório divulgado no Federal Register, esse aumento ocorreu para cobrir os custos dos serviços consulares, uma vez que os valores anteriores não estavam acompanhando a alta demanda pelos documentos. O último reajuste havia ocorrido em 2012 e, embora os preços tenham se tornando mais altos, eles ainda estão abaixo da sugestão do órgão no final de 2022, que era de US$ 245 (R$ 1.234,80 na cotação atual). No entanto, as taxas de isenção do requisito de residência de dois anos para visitantes de intercâmbio serão mantidos.
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