Três empresas de Mato Grosso foram incluídas na lista suja do trabalho escravo, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego na última sexta-feira, 5 de abril. Ao todo, 15 empresas de diversos municípios de Mato Grosso compõem a lista, que foi criada em 2003 com objetivo de fortalecer o combate ao trabalho escravo. O documento é atualizado a cada semestre.
Das três novas empresas e pessoas que foram incluídas na lista, a empresa RC Mineradora LTDA, localizada em Alta Floresta, foi a que teve o maior número de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão. Segundo o MTE, 10 pessoas foram resgatadas na empresa.
Os outros dois que tiveram os nomes incluídos são pessoas físicas, os produtores rurais Selma Pinto de Arruda Guimarães, de Juína, e Fabio Cezar Barros Leão, de Pedra Preta. Na Fazenda Água Boa, de Selma, uma pessoa foi resgatada de situação análoga à escravidão. Já na Fazenda Oriente III, de Fabio Cezar, foram dois trabalhadores resgatados.
Entre os mato-grossenses na lista, o maior resgate de trabalhadores aconteceu na Fazenda Bom Jesus, em Paranatinga, onde foram identificadas 14 pessoas em condições precárias. O dono da fazenda é registrado como José Inácio Rodrigues Vargas. O empresário possui carta de apoio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), no valor de R$ 3,5 milhões, concedida em 2020. O crédito tem o aval do governo. O empresário também acumula multas ambientais desde 2008.
Ao todo, foram incluídos na lista 248 empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. Este é o maior número de inclusões já registrado na história, superando o recorde registrado na última divulgação, em outubro de 2023. (Veja a lista completa ao final da matéria)
PERMANÊNCIA NA LISTA
As empresas e empregadores inscritos na lista suja do trabalho escravo permanecem nela por, no mínimo, 2 anos, conforme determinação da Portaria Interministerial Nº 4, de 11 de maio de 2016. Durante o período em que a empresa estiver na lista, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) faz o monitoramento dos empregadores e dos locais onde foram registrados os casos de trabalho escravo.
A SIT busca a regularização das empresas com os trabalhadores e, caso a empresa permaneça cometendo o crime, o nome do empregador permanecerá na lista suja por mais dois anos.
SAIBA COMO DENUNCIAR
O Governo Federal possui um canal exclusivo para a população fazer denúncias sobre casos de trabalho escravo. As denúncias são feitas através do Sistema IPÊ que permite com que o denunciante não precise se identificar e todo o toda a denúncia pode ser feita pela internet. Além de receber denúncias análoga à escravidão o sistema também recebe denúncias de trabalho infantil. Para denunciar ocorrência de trabalho escravo, clique aqui.
Veja lista completa CLICANDO AQUI.
Fonte: Bruna Cardoso/ Repórter | Estadão Mato Grosso
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