Pelo menos 12 sindicatos rurais de Mato Grosso emitiram nota de repúdio ao apoio político de Neri Geller (PP) e Carlos Fávaro (PSD) ao Partido dos Trabalhadores (PT) e seus candidatos. Na avaliação das entidades, a decisão desrespeita o produtor rural.
Os comunicados foram divulgados nas redes sociais dos sindicatos de Sinop, Tangará da Serra, Porto dos Gaúchos, Diamantino Nova Mutum, Água Boa e Barra do Garças, Campo Novo do Parecis, além de Sorriso, Vera, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Nova Marilândia e Primavera do Leste. As publicações começaram nesta quinta-feira (14) e continuam hoje, sexta-feira (15).
Conforme os textos, esse apoio “nefasto” demonstraria uma ação “retrógrada e oportunista”, afronta e envergonha os produtores rurais.
“Como é de conhecimento público, o PT atua em conjunto e apoia o Movimento Sem Terra (MST), uma organização criminosa que invade, depreda, incendeia propriedades adquiridas com trabalho e esforço de famílias honestas”, pontuou a publicação de Tangará da Serra.
A publicação foi divulgada por vários perfis em redes sociais, inclusive, de Luciano Hang, proprietário da Havan. Em sua rede social, o empresário parabenizou o Sindicato Rural de Tangará da Serra pelo posicionamento.
As postagens têm recebido muitos comentários em apoio à crítica feita pelos sindicatos.
Veja a íntegra da nota do Sindicato sinopense:
“O Sindicato Rural de Sinop, a pedidos de seus associados, vem a público para comunicar seu repúdio com a atitude de apoio de Carlos Fávaro e Neri Gueller à eleição de candidatos dos partidos dos trabalhadores.
Como é de conhecimento público, o Partido dos Trabalhadores atua em conjunto e apóia o M.S.T., organização criminosa que invade, depreda, incendeia propriedades adquiridas com trabalho e esforço de famílias honestas.
Ademais, o ex-presidiário candidato a Presidente já acena para o controle da imprensa, propriedades e, conseqüentemente, pretende tirar a liberdade da população brasileira impondo regime socialista como na Venezuela e em Cuba, tudo apoiado pelo Foro de São Paulo, organização politicamente criminosa fundada pelo ex-presidiário e Fidel Castro.
O apoio nefasto de dois candidatos que se dizem do agro visa apenas a dar suporte a um só grupo econômico, que iMaggina monopolizar o transporte e o mercado de milho, soja e algodão, tendo um de seus representantes um ex-senador.
Esse apoio político de ‘Fávaro e Nerizão’ revelam apenas que seus perfis não estão voltados ao Agro e à família brasileira, mas demonstra ação retrógrada e oportunista, que vem, de forma acintosa, desconstruir os avanços obtidos nos legítimos movimentos sociais do setor produtivo, envergonhando os produtores rurais que tanto trabalharam para esse Estado”.
Ilson José Redivo
Presidente do Sindicato Rural de Sinop”
O que dizem Geller e Fávaro?
O pré-candidato ao Senado, Neri Geller, emitiu nota classificando como “vergonhosa e injusta” a publicação feita pelo Sindicato Rural de Sinop.
Neri lembrou que foi indicado pelo setor rural ao Ministério da Agricultura durante o governo petista de Dilma Rousseff. O político pontuou ainda que “o impeachment da presidenta foi motivado pelas pedaladas fiscais justamente para liberar R$ 25 bilhões do Plano Safra para construir armazéns, construído junto com a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e que ajudou muito o setor.”
Já o senador Carlos Fávaro afirmou que não vai se pronunciar.
Confira a nota na íntegra:
“O deputado federal Neri Geller (Progressistas) classificou como vergonhosa e injusta a nota divulgada pelo Sindicato Rural de Sinop contra ele e o senador Carlos Fávaro (PSD), em razão da aliança fechada com a Federação Brasil da Esperança (PT, PV, PSB e PCdoB) para a disputa eleitoral deste ano. Neri participou de entrevista no programa Estúdio Ao Vivo na TV Cidade Verde, nesta quinta-feira (14).
“Esta nota de repúdio para mim é uma vergonha. Não tenho nenhum medo de crítica, absorvo. Mas não venha querer achincalhar não. Aqui tem café no bule. Eu tenho serviço prestado. Eu ando com a população, sei o que os municípios e vereadores precisam para ajudar as pessoas mais carentes”, rebateu o pré-candidato ao Senado.
Neri destacou todo seu esforço para atender às demandas do agronegócio, a preocupação em auxiliar a população mais carente, e as lutas travadas no Governo Federal para aprovar projetos importantes como a aprovação do PLN 01, que liberou R$ 870 milhões para equalizar R$ 25 bilhões de crédito agrícola para custeio e investimento para concluir a safra passada. Outro projeto importante liderado pelo parlamentar na Câmara dos Deputados foi a lei dos defensivos agrícolas.
Além desses, o deputado fez questão de lembrar que foi indicado ministro da Agricultura pelo setor rural durante o governo Dilma Rousseff, e que o impeachment da presidenta foi motivado pelas pedaladas fiscais justamente para liberar R$ 25 bilhões do Plano Safra para construir armazéns, construído junto com a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e que ajudou muito o setor.
No mesmo governo, criou a primeira subvenção do seguro agrícola de mais de R$ 400 milhões. Foi estruturado o porto de Miritituba e foram construídos mais de 950 km da BR-163. Enquanto no governo atual, foram feitos apenas 50 km.
“Reconheço o bom trabalho do Redivo (Ilson Redivo, presidente do Sindicato de Sinop), com todo respeito a ele e a todos os produtores, mas eu tenho moral para falar e faço debate de alto nível. Tenho muita tranquilidade de falar que não faço debate ideológico que pega dinheiro dos associados da Aprosoja, por exemplo, para fazer protesto para invadir o Supremo Tribunal Federal. Sou contra. Dispute eleição e faça o debate democrático. Eu não fico andando o dia inteiro de avião com dinheiro de sindicato e de entidade classe. Eu trabalho, faço o debate”, concluiu o parlamentar.”
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