No dia 8 de julho de 2022, a manicure Rosemeire Dourado Carlos, de 37 anos, se vestiu de noiva para um casamento muito sonhado e cheio de propósito. Ela se uniu em matrimônio com o eletricista Amauri Lopes, 46 anos, que seis dias depois deixou de viver.
CURTA NOSSA FANPAGE NO FACEBOOK – CLIQUE AQUI
Uma história de amor linda e intensa, que começou há oito anos e continuará a existir nos corações e lembranças de todos que presenciaram o casamento, que aconteceu na Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis.
História
Amauri era natural de Cáceres, mas mudou-se para Rondonópolis em 2012. Dois anos depois, em 2014, conheceu Rosemeire na casa da vizinha da mãe dela.
Os dois se tornaram inseparáveis rapidamente e no dia das crianças daquele ano, com seis meses de namoro, decidiram morar juntos.
Quando se conheceram, Amauri já tinha três filhos e uma delas, uma menina, à época menor de idade e hoje com 23 anos, morava com ele. Rosemeire tinha dois filhos, um com quatro anos e outro com apenas dois meses de vida, hoje com 12 e oito anos, respectivamente.
A mãe dos filhos de Amauri morreu cedo, e ele ficou sozinho com as crianças. Com a união com Rosemeire, o filho de seis anos, atualmente com 14, também foi morar com o casal.
Por fim, eles se tornaram uma grande família. Ele adotou os filhos da companheira no coração e ela fez o mesmo com os filhos dele. Hoje eles também têm uma neta, de quatro anos, que era o xodó do avô.
Doença
Em junho de 2019, Amauri começou a sentir dores e ter muita diarreia. Ainda assim, ele só procurou ajuda médica em novembro. O laudo apontou que ele estava com câncer no intestino.
“De junho até novembro sentindo dor e não querendo ir no médico. Ele odiava hospital”, lembrou Rosimeire
Em 31 de dezembro de 2019 ele fez uma cirurgia com urgência. Em continuidade ao tratamento, fez quimioterapia.
Em 2020, o eletricista foi fazer o exame de acompanhamento e descobriu um novo câncer, desta vez no pulmão. Como não havia possibilidade de cirurgia, ele fez quimioterapia e radioterapia.
Ficou bem por cerca de um ano. Mas no final de 2021 voltou a sentir muita dor. No começo de 2022, Amauri fez uma tomografia do corpo todo e descobriu que estava com câncer na cabeça e nos ossos.
“Ai já não tinha mais o que fazer, porque na cabeça já não tinha como tratar”, contou Rosimeire.
A manicure disse que foi muito difícil descobrir que a pessoa que ela amava iria partir.
“Você passa a vida toda com aquela pessoa e descobre do nada que a pessoa não vai estar mais ali. É muito difícil”, relatou.
Casamento
O casamento era um sonho do casal. Os dois ficaram noivos há quatro meses. À princípio, não iriam fazer nenhuma comemoração, somente iriam se casar no cartório. Um mês antes da data marcada, porém, decidiram fazer uma festa.
Organizaram tudo às pressas. O casamento no cartório aconteceria no dia 8 de julho e a cerimônia religiosa e a festa no dia 9 de julho.
A família já estava em Rondonópolis quando, no dia 7 de julho, Amauri resolveu que iria no hospital para tomar uma vitamina, com a intenção de sentir-se mais forte no casamento.
“Mas ele estava muito ofegante. A médica fez um exame e ele estava com água no pulmão”, contou Rosimeire.
A situação era grave. Amauri já não conseguia mais ficar sem o oxigênio. Rosimeire chegou a conseguir um balão de oxigênio para que ele fosse até o casamento, mas o noivo também não conseguia nem ao menos sentar-se.
A equipe médica conversou com Amauri, que disse que seu último desejo era se casar com Rosimeire. A equipe, então, organizou tudo como uma surpresa para a noiva.
“O pessoal do hospital me ligou e falou ‘dona Rose, estamos preparando tudo para fazer o casamento da senhora aqui no hospital’. Eu falei ‘como assim no hospital? Não to sabendo disso não’. Ai explicaram, eu falei: ‘Nossa, que legal’. Ai perguntaram se eu tinha vestido, e eu já tinha alugado, disse que sim”.
O casamento estava marcado para as 14 horas do dia 8 de julho, no cartório. Mas foi realizado às 17 horas do mesmo dia, na Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis.
A equipe do Cartório 2° ofício de Rondonóplis, Tabelionato Bianchin, foi até o hospital sem cobrar nada por isso. Rosimeire contou que não foi como eles sonharam, mas foi fantástico.
Os filhos dos dois, a mãe e a tia dele, que já estavam na cidade para o casamento original, e os funcionários do hospital participaram da cerimônia.
Seis dias depois, no dia 14 de julho, Amauri morreu.
“É difícil olhar a casa e não ver ele, tudo tem a presença dele”, lamentou a viúva.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E FIQUE BEM-INFORMADO (NOTÍCIAS, VAGA DE EMPREGO, UTILIDADE PÚBLICA) – CLIQUE AQUI
DEIXE O SEU COMENTÁRIO