Um cenário positivo para o mercado de veículos em 2023 é a aposta de especialistas da área. A queda da inflação, combinada a um crescimento acima do esperado e ainda o interesse de investimento estrangeiro no país justificam essa expectativa.
Para Fernando Schüler, articulista da revista Veja e consultor de empresas, o Brasil tende a atrair mais investimentos de empresas internacionais, mas para isso precisa continuar fazendo algumas mudanças.
“Tem muita gente querendo investir no Brasil, porque é um país jovem, é um país democrático, e é preciso dar segurança jurídica de que a legislação não vai mudar toda hora que o investimento vem. As reformas estruturais vêm produzindo resultados interessantes”, analisou.
Já o economista Caio Rostirolla, que é especialista em economia internacional do Sicredi, avaliou que a queda na inflação é um ponto positivo para a retomada da economia.
“Uma boa notícia é que a queda da inflação no mundo está em curso. A inflação deve cair de 7% para 5%, é o que a gente prevê. Mas o mundo caminha para a recessão e o ponto positivo para o setor é que essa pressão começa a dar um alívio nas cadeias produtivas”, pontuou.
O crescimento do Brasil em 2022 surpreendeu até os mais otimistas, segundo Caio. No início do ano, a maioria dos economistas analisava que o Brasil cresceria 0,6% este ano e o percentual atingiu quase 3%.
O fundador da plataforma de conhecimento sobre gestão HSM e autor de best-sellers, José Salibi Neto, destacou que a única maneira das empresas terem sucesso é inovar e investir em melhorias aos colaboradores, citando como exemplo a criação de um cargo de direção de Saúde Mental, na Ambev.
“O principal desafio não é a tecnologia, mas a cultura da empresa. A cultura errada destrói até mesmo as melhores estratégias. É preciso construir um modo de trabalhar que possa distinguir a sua empresa da dos seus concorrentes”, fundamentou.
Para ele, não basta investir em tecnologia se a equipe não está motivada e exemplificou como erro comum cometido pelas empresas investir mais em ferramentas materiais do que nas equipes.
“Transformação cultural dá resultado. Tecnologia a gente compra, mas comportamento não. Às vezes priorizamos investimentos em equipamentos mais do que em pessoal”, afirmou Salibi.
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores nacional (Fenabrave), José Maurício Andreta Júnior, elencou dados importantes para o mercado de veículos automotivos e as perspectivas para o ano que vem.
“Em 2023, a gente não vai ter esses problemas que afetem tanto a logística. A falta de componentes, falta de chips, já está sendo normalizada e isso vai nos ajudar muito a ter o ‘just in time’ da forma como nós precisamos”, pontuou Andreta.
As concessionárias geram mais de 300 mil empregos diretos no país. O número representa o triplo da quantidade de empregos criados pelas montadoras de veículos.
Encontro
O debate acerca do cenário de 2023 aconteceu durante o 6º Encontro Regional Fenabrave-MT, realizado em Cuiabá.
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