O governo de Mato Grosso divulgou um dado preocupante: o número de pessoas cadastradas em uma única facção criminosa no estado é maior do que a força total de segurança pública, composta pela polícia militar e civil. De acordo com uma pesquisa recente, o grupo criminoso conta com cerca de 20 mil ativos registrados, enquanto as polícias somam aproximadamente 15 mil agentes.
O governador Mauro Mendes apresentou esses números durante um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros governadores, realizado em Brasília para discutir medidas de combate à violência nas escolas. Ele destacou que esse dado ilustra o “crescimento da velocidade das facções criminosas” e a “lentidão do Judiciário na resposta ao aumento da criminalidade”.
“Há 250 mil escolas em todo o país vivem um momento de angústia, e eles esperam que nós tenhamos uma resposta à altura [de repressão]. Se nós olharmos o Brasil dos últimos 30 anos, a violência cresceu na maioria dos seus indicadores. A violência tem raizes profundas na desigualdade, mas ela se alimento de Judiciário lento”, disse.
Mauro disse ainda que o sistema penitenciário não tem dado conta de recuperar os criminosos. A falência poderia ser demonstrada pelo alto índice de pessoas que caem em reincidência, depois que saem da prisão.
Cerca de 8 a cada 10 pessoas (85%) são presas outra vez.
“Ele é chamado de sistema ressocialização, só que na prática se transformou num sistema de requalificação para o crime. Eu baseio uma estatística amplamente divulgada de que 85% dos egressos do sistema penitenciário voltam a praticar crimes. As facções criminosas se lastreiam em todos os estados”, afirmou.
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