Um menino de 4 anos de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, respira com o auxílio de um “pulmão artificial” devido a um quadro de pneumonia gravíssima. A família conseguiu o procedimento na Justiça, após o plano de saúde recusar o tratamento com Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO), que custa cerca de R$ 2 milhões.
O g1 tenta contato com a operadora responsável pelo plano de saúde.
Em uma primeira liminar, concedida no último sábado (6), a juíza Paula Tathiana Pinheiro, plantonista da comarca de Lucas do Rio Verde, determinou que a empresa fizesse o tratamento, sob pena de multa de R$ 1 mil por hora. No entanto, como a operadora não tinha expediente fora do horário comercial, houve dificuldade para intimá-los da decisão.
A intimação só ocorreu no sábado à noite e a operadora não cumpriu. Na madrugada de domingo, a equipe médica que atendia o menino em um hospital particular de Cuiabá comunicou sobre a necessidade da equipe especializada vir a Mato Grosso, uma vez que ele já não suportaria o transporte aéreo por conta da gravidade de seu caso.
A família buscou novamente a Justiça, solicitando que aumentasse o valor da multa para obrigar o plano a cumprir a decisão. A medida foi aceita pela magistrada plantonista, que destacou a necessidade, em caráter de extrema urgência, da autorização do tratamento para a preservação da vida da criança. A juíza impôs uma multa de R$ 500 mil por hora para obrigar a operadora a cumprir a liminar.
Após a nova decisão, a operadora iniciou o processo para trazer a equipe especializada com todos os equipamentos necessários até Cuiabá. A equipe só chegou ao hospital onde a criança estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 23h desse domingo (7).
Uma equipe de São Paulo chegou em Mato Grosso e iniciou o tratamento com o pulmão artificial ainda na noite de domingo e o quadro da criança foi estabilizado. Na manhã desta segunda-feira (8), os médicos autorizaram a transferência via UTI aérea ser realizada para um hospital particular de São Paulo, onde o paciente agora recebe o tratamento adequado contra a pneumonia.
Tratamento com pulmão artificial
O aparelho funciona com a oxigenação por membrana extracorpórea, que é um procedimento que retira o sangue venoso do paciente e bombeia de volta para uma veia ou artéria.
Durante o processo, o sangue passa por um oxigenador, que promove a retirada de gás carbônico e o ingresso de oxigênio no sangue.
O equipamento foi registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e lançado no dia 26 de janeiro de 2021 para auxiliar no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19. O ator Paulo Gustavo foi uma das pessoas a fazer o tratamento com o equipamento.
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