A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Cuiabá está empenhada em investigar o número de pessoas que faleceram enquanto aguardavam por cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). Recentemente, o gabinete de intervenção revelou a existência de 17 mil cadastros ociosos, mas o número ainda está em aberto e pode ser atualizado à medida que a apuração avança. No início de abril, a estimativa era de 9 mil pessoas, mas duas semanas depois o número aumentou para 17,6 mil.
A interventora Danielle Carmona explicou que as mortes são identificadas por meio do cruzamento de informações entre o número de pacientes na fila de espera em Cuiabá, os dados compilados pela Secretaria de Saúde e o cadastro nacional de falecidos. O histórico considerado remonta a 2014.
No dia 30 de maio, o presidente da Câmara dos Vereadores, Chico 2000 (PL), declarou que a Comissão de Saúde terá um prazo de 15 dias para fornecer os detalhes sobre os pacientes falecidos divulgados pela intervenção. Ele solicitou que fossem tomadas as medidas necessárias para apurar a veracidade dos fatos, incluindo o nome das pessoas, as datas e locais das mortes, as causas e a cirurgia pela qual cada falecido estava esperando.
A investigação conduzida pela Câmara pode ter inteligência política, uma vez que a maioria dos vereadores é da base de apoio ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que tem questionado os dados compilados pelo gabinete em relação aos pacientes falecidos enquanto esperavam por atendimento.
Essa perspectiva política foi evidenciada nas declarações do presidente da Comissão de Saúde, Wilson Kero Kero (Podemos), ao comentar o levantamento. O vereador afirmou que considera a intervenção uma medida rígida, mas se comprometeu a acompanhar os trabalhos de investigação.
O Livre
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