Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano. Essa mudança traz importantes consequências para quem busca financiamento imobiliário no Brasil. A Selic é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, mas, com seu aumento, o crédito imobiliário se torna mais caro, especialmente em um momento em que a demanda por imóveis está alta.
Com a Selic em ascensão, a poupança — que é uma das principais fontes de recursos para o crédito imobiliário — se torna menos atrativa. Isso significa que há menos capital disponível para financiar a compra da casa própria. Além disso, os compradores enfrentam um cenário complicado devido à diminuição do teto de financiamento oferecido pela Caixa Econômica Federal e à expectativa de menos recursos na linha Pró-Cotista em 2025.
A Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) reconhece que o aumento da Selic é uma medida necessária para controlar a inflação e a valorização do dólar. No entanto, a associação também alerta que isso pode dificultar o crescimento do setor produtivo e a criação de novos empregos. Dados recentes mostram um aumento alarmante de 73% nos pedidos de recuperação judicial em comparação ao mesmo período do ano passado, indicando uma urgência por ajustes fiscais no país.
Os economistas observam que o impacto da alta da Selic tende a ser menos severo para aqueles que já estão em processo de financiamento. Muitos já possuem pré-aprovações com taxas fixas, o que os protege temporariamente dos efeitos da nova taxa. Entretanto, os efeitos dessa elevação nas taxas de financiamento podem levar de dois a três meses para serem sentidos plenamente.
Os financiamentos atrelados à Selic ou à remuneração da poupança são os mais impactados por essa nova taxa. A Taxa Referencial (TR), principal indexador dos contratos de financiamento, deve registrar um leve aumento acima de 0,90% devido à alta da Selic. Por outro lado, financiamentos que utilizam o IPCA como indexador ou que não têm indexação não sofrerão os mesmos efeitos.
Embora a Selic seja um parâmetro importante, é relevante destacar que o custo do crédito imobiliário não subiu na mesma proporção. Em 2020, quando a Selic estava em apenas 2%, as instituições financeiras cobravam cerca de 7% ao ano em financiamentos habitacionais. Hoje, essa taxa está girando em torno de 11%, refletindo as mudanças no cenário econômico.
Com essas transformações no financiamento imobiliário, é fundamental que compradores e investidores estejam atentos às novas condições do mercado e se preparem para um ambiente financeiro desafiador nos próximos meses.
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