Em 2024, o mercado da soja e seus derivados deve enfrentar desafios ainda maiores que os do ano passado, por conta das condições climáticas, que estão afetando o plantio e o aumento das tensões geopolíticas, que afetam os mercados dentro e fora do Brasil.
Na Bolsa de Chicago, por exemplo, o contrato de soja de curto prazo aumentou em 4,5%, atingindo USD 13,24/bu no final de dezembro. No Brasil, essa melhora nos preços globais resultou em uma valorização da soja em várias regiões, com destaque para Sorriso, onde o preço subiu 1,5% para R$ 119,8 por saca.
Mas as preocupações em relação ao plantio e desenvolvimento da safra na América do Sul, especialmente no Brasil, impactaram os preços.
As projeções do USDA reduziram a estimativa da safra brasileira para 161 milhões de toneladas, contrastando com a previsão anterior de 153 milhões de toneladas para a safra 2023/24. A retomada da produção argentina é crucial diante da incerteza na produção brasileira.
No mercado de farelo de soja em Chicago, a situação voltou ao normal após recordes de esmagamento. O otimismo aumenta com a safra na Argentina, afetando a oferta de derivados para 2024. Contudo, a ausência de farelo argentino mantém os preços futuros sob pressão.
Nos Estados Unidos, o mercado de óleo de soja começa o ano com estoques reduzidos e preços baixos, refletindo a diminuição dos RINs (sigla para “Renewable Identification Numbers” – Números de Identificação de Renováveis, em português) que são números de identificação gerados para rastrear e certificar a produção e uso de biocombustíveis nos Estados Unidos. As margens de esmagamento podem impactar nesse início de 2024, mas prevê-se uma produção alta para atender à demanda interna.
Por aqui o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) anunciou no final de dezembro um aumento obrigatório de 2% no biodiesel para 2024, com B14 a partir de março/24. Isso impactará as exportações do óleo de soja, prevendo-se uma redução. As margens de esmagamento em Paranaguá estão negativas para jan/24, apresentando desafios para a indústria esmagadora no início do próximo ano.
Por fim, o mercado de óleo de palma reagiu positivamente ao anúncio indiano de manutenção de alíquotas mais baixas para importações de óleos comestíveis até março/25, beneficiando as refinarias e impulsionando a demanda.
Fonte: Pensar Agro
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