O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou sua candidatura à Presidência da Bolívia nas próximas eleições do país, em 2025.
O anúncio foi feito no último domingo (24), e Morales usou as redes sociais para comentar a repercussão: “Nas últimas horas vimos como o governo e a extrema direita separatista concordam em se opor a esta candidatura promovida pelo povo. Se a economia está boa, por que você está preocupado com a apresentação de um candidato?”.
Atualmente a Bolívia é comandada por Luis Arce, ex-parceiro político de Morales. Em junho deste ano, a tensão entre os dois políticos foi escancarada por Morales em seu programa dominical, na rádio Kausachun, onde disse que o atual governo está empenhado em dividir o país “através de campanhas sujas e de desprestígio”.
Arce foi duramente criticado ao longo do programa, e foi acusado de tentar se aproximar da direita boliviana e oferecer “mordomias” aos líderes de grupos renovadores. Morales também apontou que o governo tentará atacá-lo por meio de uma falsa acusação e uma operação judicial.
Morales foi presidente da Bolívia de 2006 a 2019, e é o primeiro candidato a anunciar sua candidatura para 2025. Entretanto, Morales e Arce pertencem ao mesmo partido, o Movimento ao Socialismo (MAS) — que ainda não oficializou a escolha do próximo candidato.
Até o momento, o atual presidente ainda não se pronunciou sobre uma tentativa de reeleição, mas deve enfrentar Morales, que preside o partido, nas primárias.
Os desafios de Morales para a reeleição
De acordo com a Constituição boliviana, a reeleição de um presidente é possível somente uma vez, em mandatos consecutivos. O Tribunal Constitucional deve decidir, então, se a lei permanecerá desta forma ou se um ex-presidente também pode se candidatar novamente após o intervalo de apenas um mandato.
Morales já havia tentado a reeleição em 2019, sendo inclusive o favorito entre os eleitores, mas o resultado não foi reconhecido pela oposição. Mobilizações golpistas de extrema direita forçaram sua renúncia, fazendo-o deixar o país.
O ex-presidente se exilou no México e depois na Argentina, e quem assumiu foi Jeanine Áñez. Em 2022, Áñez foi condenada a dez anos de prisão por articular um golpe de Estado contra Morales.
Fonte: Internacional
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