A Secretaria de Estado de Saúde (SES) apresentou o relatório das informações epidemiológicas sobre o câncer em Mato Grosso, durante a 3ª reunião de trabalhos da Câmara Setorial Temática (CST) de Assistência aos Pacientes Oncológicos. Os dados foram levantados durante o processo de atualização do Plano Estadual de Atenção e Cuidado a Pessoas com Câncer em Mato Grosso, que deverá ser concluído ainda este ano, e tem por objetivo indicar estratégias de implementação dos cuidados aos pacientes. Atualmente, as neoplasias são a quarta principal causa de mortalidade na população do estado.
A atualização do Plano é executada por uma comissão designada pela SES com o objetivo de apurar o perfil dos pacientes e da doença por região no estado e assim direcionar recursos e políticas para atender a população. De acordo com a coordenadora de atenção às condições de saúde da SES, Ana Carolina Landgraf, o Plano vai conter as informações por região de saúde das necessidades de ações e serviços em cada região.
“O Plano vai apontar os caminhos para direcionar as decisões mais acertadas com técnica, com conhecimento científico, atrelando as necessidades dos usuários, unindo as informações coletadas junto à população ao conhecimento para indicar as políticas, ações e serviços que precisam ser realizados”, explicou Ana Carolina.
A presidente da CST, Janaína Santana, que também é presidente da Associação de Apoio aos Pacientes Oncológicos de Mato Grosso (APOC), afirma que os dados apresentados são importantes para apontar onde as contratualizações precisam ser realizadas. “Desde o ano passado, estamos trabalhamos para que as contratualizações sejam feitas, porque não adianta termos dados, se não temos a estadiamento da doença disponível, que são os exames, as consultas e, um dos maiores problemas que tínhamos, que são as biopsias”, afirmou Janaína Santana.
De acordo com a presidente da CST, depois da intervenção do governo estadual na saúde pública de Cuiabá, foi criada uma central de biopsia no Hospital São Benedito, na capital. “Sem biópsia não é possível entrar no sistema para fazer o tratamento. Quando colocamos essa pauta em discussão, conseguimos chamar a atenção para o paciente oncológico e desde o início da CST estamos avançando nessa atenção e políticas para os pacientes”.
Ozair Júnior, de Juína (município a 734 km da capital), tem neoplasia na coluna e participou da reunião, relatando a dificuldade para conseguir o atendimento adequado. “A maior dificuldade do paciente é com relação à morosidade. E tudo que um paciente oncológico precisa é justamente de dinamismo, ele não pode perder tempo”, desabafou.
A secretária da CST de Assistência aos Pacientes Oncológicos, Elizeth Araújo, destacou a importância de revisar e simplificar os protocolos existentes para facilitar e melhorar a qualidade dos trabalhos na área da saúde.
A próxima reunião ficou agendada para o dia 10 de julho e deverá apresentar os dados com relação à demanda reprimida na saúde do estado e dos municípios.
Fonte: ALMT – MT
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